terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Segredos

Saudosista como sou, passo muito tempo pensando nas mais diversas situações que me marcaram. Memória de incontáveis situações que me trazem orgulho e vergonha. Mas sabem o que eu notei? Quase todas as vezes compartilhamos com nossos queridos sempre a saudade. Aquela sensação de amor que não sabemos explicar com a família, pais, avós ou até um animalzinho de estimação.
Reflita, quantas vezes dividimos com alguém as situações embaraçosas. Fatos que não nos orgulhamos e que há muito ocorreu e, talvez pelo tempo (ou por vontade inconciente mesmo!), fomos esquecendo deixando-os guardados a 72 chaves longe de tudo e todos?
Sem sono, com muito esforço, fiquei lembrando de várias coisas que me marcaram, principalmente na infância e adolecência que talvez N-U-N-C-A tenha contato a alguém. Seja meus pais ou minha esposa. Então, nunca diga nunca! CARPE DIEM!

Tooooop 10 Segredos vergonhosos e obscuros!

01) Na escola, após ouvir baixinho um colega da classe (fila de carteiras a direita mas a frente) caçoar e me envergonhar, planejei uma vingaça. Confesso. No intervalo peguei sua borracha que estava em cima da mesa. Reparti em vários micro pedaços e (na maior "inocência") fui jogá-los DUAS QUADRAS da escola para ninguém suspeitar que fui eu.

02) Aos 5 ou 6 anos, quando um carrinho de ferro branco (preferido!! - o de número 6 com bancos vermelhos) quebrou, meu mundo caiu. Ele era o líder de todos os outros, (praticamente um safety car supremo) ataquei ele na porta do meu quarto. Obviamente ele não arrumou, mas se partiu em vários pedaços. Nessa hora, num súbito momento de Ira e Raiva, julguei que eu não "merecia" tamanha desgraça. Além de estar sem meu carrinho, por impulso, fiz o que era alguns pedaços até ajustáveis e arrumáveis, despedaçar de vez. Não sei ao certo se quis morrer ou desmaiar. Tapei meu nariz e minha boca com minhas mãozinhas. Segundos depois quando fui ficando sem ar, "Algo" fez minha mãos se soltarem e respirar novamente. O simples desejo natural em viver e sobreviver. Naquela hora sabia que não podia morrer e mais. Me senti um iluminado porque aquilo tinha sido ma mensagem divina que Deus estava ao meu lado e nunca iria me deixar acontecer algo. Por muito tempo, acreditei que a partir desse momento, Deus (ou seria um anjo), ficava sempre ao meu lado caminhando comigo. Eu podia perguntar qualquer coisa que eu sentia a resposta se formando em minha mente! (e ainda sinto!).rs

03) Quando chegava o final do ano, férias e recesso escolar, costumávamos sempre ir para praia (Caraguatatuba). Para aproveitar uma dessas idas, ganhei (não sei se foi de natal) uma brinquedo inflável. Nao era uma bóia propriamente dita, mas uma naviozinho de plástico, mais parecido com um submarino inflável. Acontece que eu achava tão bonito a sala de comandos que vinha impressa na frente que sem ninguem ver, eu furei com o dente o "vidro" da frente. Tinha certeza que mesmo novo, nessa época uns 5 anos, poderia dirigir dentro do mar. Lógico que em 2 minutos murchou e para decepção total meu pai foi tentar trocá-lo na loja. No dia seguinte ele conseguiu! Trouxe outro submarino azul, com a já conhecida sala de controle vermelha!! E claro, mais uma vez quis pilotar! Com ajuda de uma tesoura, abri o para brisa impresso na frente do plástico. Todo muado, levei para meus pais verem. Levei um esfrega gigante. Acho que eles não tinham sacado que na primeira vez, fui eu que tinha começado o furo com o dente. Resumo da ópoera meu pai foi trocar de novo. E não conseguiu. Não tinha mais. Em compensação me trouxe no lugar, uma bola de plástico com o logo dos Trapalhões. (Que mais tarde eu penaria no terreno baldio do vizinho).

04) Sempre fazia minhas lições de casa no escritório do meu pai lá em casa. Um cômodo bonito, com mesa, aquelas poltronas grandes e muito livros. Aliás sempre achei que um dia eu iria ter um cômodo desses. Enfim, ele estava abrindo suas correspondências, muitos press-releases, revistas brindes, pastas informativas, envelopões.. e tinha chegado num desses "brindes" uma espécie de calendário em folha única com uma mulher pelada. Lembro que ela estava agachada como nesses atuais pole-dance (acho que é assim que escreve) em Preto e Branco. Devia ter uns dez, doze anos e junto com revistas de esportes (como Placar), ele me deu com o poster no meio. Não sei se proposital. Nunca soube se ele queria ter esse lado "bróther" pai/filho.. o que aconteceu foi que eu percebi que o poster tava no meio e esperto como só eu, terminei a lição, fechei os cadernos, peguei a pilha de papéis (revistas e poster!!! \o/) e estava indo pro quarto. No caminho vi minha mãe e voilá! "Mãe olha sóóóóóóóó o que meu pai me deu!!!!!!". Sim senhores. O final vocês já imaginam. Papel picado igual carnaval e esporros igual rojão de São João.

05) Os memoráveis carnavais de salão sempre foram minha verdadeira paixão e antes de alcançar a maioridade, frequentava somente as matinês. Toda ansiedade no primeiro ano que comecei a pular "a noite". Coração batendo a 172b/m (conferido!) cheguei no salão e vi um mundo diferente de foliões. A turma da escola bebia muita cerveja. Mas eu além de não gostar muito de cerveja (até hoje), sempre me deixava muado, desanimado e principalmente, COM SONO. Foi então que descobri o suco de frutas Gummy. Tomar destilados!!!! E para resumir somente uma estripulia de carnavais, nesse tópico colocarei uma das situações que hoje me daria muita vergonha. Como o destilado era tiro e queda, famoso tomou-subiu, eu tinha que ficar imitando que estava bêbado até a metade do baile para dai sim ficar alcoolizado! Era digno de Emmy na atuação dramática caminhar cambaleando na frente dos amigos, imitando um ser deplorável e tonto.

06) Lembrando aqui, eu era muito otário mesmo! Na natação (fiz 10 anos!!) teve uma vez que separando as turmas, fiquei para treinar só com nadadores que nunca tinha visto. Um saco até porque eu fazia meio que obrigado e não gostava de ficar fora de casa e sem minha Tv. E No dia que apresentaram a nova turma de coleguinhas nadadores, todos tinham nomes bacanas e diferentes.. não vou lembrar quais.. mas deviam ser algo como Dimitri, Caleb, Jonas e eu fiquei com vergonha de falar que meu nome era Christiano (e o H me deixava mais triste porque ninguem sabia escrever ele certo!). Acho que uma explosão de revoltas me levou à humilhante decisão. Me apresentar como "Xandão". (tsc tsc ok Lamentável!). Só para dar fim a história, ninguem deu atenção e na segunda aula, os professores Júlio e Júnior já me chamaram de Chris e o apelido não pegou mesmo. (Ufa!).

07) Sempre fui muito inseguro e medroso com provas da escola. Apelidos como: Lá vem o "tenso", "garoto stress" era básico. Eis que no primeiro ano que peguei recuperação, fiquei dois dias sem dormir e sem comer. Umas 10 horas de aula particular por dia com meu tio Adilson e no dia da prova eu era só cagaço. Tremia igual vara verde. Me dava uma tremedera que queria que minha mãe me levasse para a prova (acho que a segurança que ela iria me passar me tranquilizaria mais). Acontece que nesse dia minha mãe (que estava de férias) iria fazer um trabalho voluntário com minha avó (levando alimentos, calçados...) numa casa de crianças carentes e até por isso só poderia me levar na escola com umas 5 horas de antecedência (5 horas de sofrimento em espera) . Sei que tudo que eu precisava era apoio e me arrependo de hoje repetir diversas vezes "é!! seu filho com medo, precisando de companhia e você vai atrás de criancinhas carentes que nunca te viu".. Ela estava muito confiante e ao mesmo tempo que passava tranquilidade dizia que ela não podia desmarcar que já tinha se comprometido. No final, minha irmã desmarcou o que tinha que fazer e ficou até a hora da prova me passando tranquilidade.
07.1) Refletindo sobre esse item, lembrei que até hoje sou muito ansioso. Quando fui comprar meu atual carro, fiquei acho que duas noites direto sem dormir, assim como quando eu comprei o atual notebook.

08) Numa noite, lembro que minha mãe tinha acabado de chegar em casa após ter deixado minha irmã no balé e chegou toda receosa.. Ela queria conversar nitidamente e eu perguntei se tava tudo bem. Ela perguntou "você promete que não conta pro seu pai?". Putz, como odeio isso. "Fui multada no trânsito". Acontece que aquilo começou a me deixar angustiado. Me deixava realmente muito incomodado em esconder as coisas. Sabia que era questão de tempo passar de omitir para mentir. Aí não teve jeito, numa dessa lições de casa no escritório, no meio de vários assuntos acabei contando pra ele. Lembro do olhar dele. Respeito, consideração, segurança. Pedi para ele não falar que sabia. Anos depois desconfiei que poderia ser um "teste" já combinado entre eles. Mas nuca fiquei sabendo se isso teve algum desdobramento.

09) O curso de balé que minha irmã fez (mais de 12 anos) ficava numa academia próxima ao supermercado Pão de Açucar. Lá pelos meus 6 anos (ô idade peralta), pratiquei meu primeiro crime! Numa dessas compras corriqueiras, escondi um chocolate surpresa (aqueles que vinha com cartão de bicho para colecionar atrás) na calça. Logo que passamos pelo caixa e minha mãe pagou as compras, foi só chegar no carro que todo esbelto e vitorioso saquei o chocolate. Bem na frente, hoje diria gordice, mas na maior estupidez possível: "Olha sóóóóóóó o que eu tenho para comer agora!". Sim. Levei um mega blaster esporro, além de ter que voltar até o caixa e obrigado, devolver ao funcionário e pedir desculpas.

10) Lembrei de uma também total deprimente! No pré, com o intuito de conversar com a menininha mais bonitinha da classe arrumei uma tática infalível para ganhar sua atenção. Esperei o recreio e, quando ela ficou sozinha, juntei bastante saliva e cuspi na palma da mão. Coloquei toda enxurrada no canto dos olhos para fazer que eram lágrimas e, numa outra atuação digna de Oscar, lancei: "Ninguém quer conversar comigo. Será que ninguém gosta de mim?". Digno de pena, ela disse: "Lógico que não, eu sou sua amiga". Ahmmmm!

Acho que por isso não ou 100% bonzinho.
Sou Quase 1 Anjo.

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