terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Escuridão *

Mesmo que passe todo o tempo necessário,
sempre será cedo para - saber/conhecer/lembrar -
Deste jeito , nunca poderei saber ,
serei sempre jovem demais para acreditar em certas verdades
- que eu não poderei ( e nem conseguirei ) esquecer jamais -
Espírito lembrado , coração quebrado , destino separado :
Impossível de ser curado

Nunca poderei acreditar para encarar a verdade
Assim , o tempo vai passando e eu esquecendo
- O que aconteceu ?
- Nada ( sabendo que o nada é E sempre será o tudo - de bom e de ruim ) .

O medo de entrar e encarar a noite, apagar a luz e tentar dormir
O medo de - sozinho - pensar em algo bom e tentar dormir olhando o teto escuro e sem fim
O medo que nos toma conta quando sabemos que devemos pensar em algo para não ser perturbado pelas obscuras sensações do medo

E enfim , dormimos ... pela fraqueza de tantas preocupações e paranóias
Dormimos devido ao desgaste de tantos problemas ( inventados ) e procriados .
Acaba a noite , começa a lembrança
querendo o esquecimento , detestando o acontecimento
acaba a lembrança , começa a noite

Sozinho no meio de tantas pessoas
desacreditando delas e do tempo perdido por elas .
E o que adianta ?
Querendo - sozinho - sair dessa roda de colegas ...
tentar fugir , quem sabe sozinho , para me encontrar ;
e , em algum momento me enfrentar para te chamar e te enfrentar
E o que adianta ?
Querendo - sozinho - escolher você no meio de tantas outras
para que , (quem sabe sem medo e com certeza) saia , sem olhar para trás
com coragem suficiente para te ignorar ( para sempre ? ).

* Fevereiro de 1997

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