terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O dia em que Senna morreu

Após a batida de Massa e um documentário exibido pela GNT sobre Ayrton Senna, fiquei pensando sobre os memoráveis domingos em que acordava cedo para ver os Gp´s de Fórmula 1 junto a meu pai.
Lembro que desde 82, acompanho os campeonatos automobilísticos. Na época, a revista Quatro Rodas, junto com o suplemento "Grid" encartavam uma tabela para preencher a pontuação de cada piloto. Pintando os quadradinhos de acordo com os capacetes respectivos.
De Niki Lauda, Mansell, JJJ Letho, Patrese, Nanini a Prost muitas alegrias matinais em meus domingos. Mas o dia que Senna morreu eu e com certeza você que está lendo, se lembra bem.
Tivemos Fittipaldis, Piquet, Moreno, Gulgemin.. mas nenhum piloto era tão exemplar como Senna. Seja no esporte, vida social ou particular, Ayrton sempre foi um exemplo de homem Esforçado, íntegro, competitivo, sério, caridoso.. qualidades inúmeras que segundo meus professores do PioXii, o fizeram alcançar o título de "ídolo". Mito. Herói.
Ratzmberger e Barrichelo já tinham se acidentado nos dias anteriores e, por isso, a corrida já estava tensa. Naquela manhã, até Prost o cumprimentou dando as mãos. Diferentemente de qualquer outra prova (e o mesmo confessa que até hoje não se sabe porque foi quebrado o protocolo e costume) lhe desejou "boa sorte". Senna como presságio ficou minutos apoiado no spoiler sem dizer uma palavra.
A prova de Imola comecou e para nosso desespero, o tempo de Senna acabou.
Lembro como ontem. Galvão Bueno disse "...Senna bateu forte, Senna escapou e bateu muito forte. Ele vinha em primeiro, escapou e bateu muito forte".
Eu estava deitado no sofá de casa. Meu pai ao lado. Ambos sem acreditar na seriedade do acidente.
Pitoresco lembrar que na noite anterior eu teria recebido minha maior dosagem de álcool no organismo até então graças a várias caipirinhas de limão, no saudoso bar do Cleso do bairro Cambuí. E, no amanhecer desse dia, aquela colisão curou minha ressaca. Acho que a descarga de adrenalina foi tão grande que conforme o tempo passava, e ele não era retirado do carro eu ia ficando mais agitado. E quando vi, já estava "bem". Bem preocupado.
Na hora do almoco, Léo Batista de camisa polo preta decretava a morte cerebral num plantão da Globo interrompendo o filme "Enigma da Pirâmide" que a Globo exibia na sessão de domingo antes do Faustão. Horas depois o falecimento de fato.
Minha mãe tapou a boca com a palma da mão e meu pai fez "não" balançando o rosto.
Dificil explicar mas, pelo que representou, acho que todos brasileiros lembram aonde estavam, o que faziam, se viram ou se foram avisados da trágica notícia sobre aquele "ser" que fazia questão de erguer com orgulho a bandeira nacional assim como ouvir nosso hino.

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