terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A Intersecção

Estou de férias há duas semanas e lembrei que esse blog esta às moscas já há tempos. Na verdade, tenho alguns textos prontos, outros rascunhados, mas queria ir postando algo que não fosse somente loucuras ou nóias pessoais. Acho que, se alguém caiu nessa pagina, deve ler algo descontraído que faça parar, pensar, refletir e talvez sorrir.

Bom, semana passada fui para capital São Paulo e, num certo momento, quando tentei me comunicar (não me perguntem como e porque) com um tailandês, chinês.. (não sei bem ao certo), ele tentou "conversar" com palavras soltas, sem nexo aparente, tempos verbais errados.. não tinha sentindo algum o que eu perguntava e o que ele respondia.
Tentei conversar
conversar em inglês com ele(!), e nada. Até que chegou um amigo desse rapaz que o ajudou com palavras portunholas que acabamos entrando em acordo e entendimento.
Fiquei pensando e contei para minha esposa.. como é engraçado né? Como pode alguem ter uma vida inteira de cohecimento, histórias, estudo e cultura para, talvez num momento único de tentar compartilhar tudo isso, não conseguir se expressar ou se comunicar.
É como alguém te mostrar um cofre. Guardado há 80 anos e você não conseguir abrir simplesmente por não possuir a chave.

Quando tinha seis para sete anos, lembro que estava na divisa do Uruguai com a Argentina e eu queria ir ao banheiro. Não sabia como achar e, pior, não tinha nem ideia - na época - em que língua aquelas pessoas falavam.
Pedi para meu pai perguntar, mas ele nao sabia ao certo qual era o dialeto local. Então, chegou até um esteriótipo típico e perguntou em alemão.

(meu pai, meu heroi)

Quando estávamos caminhando de volta, pedi para ele agradecer a informação. Prestei atencao e aquilo me marcou.
Provavelmente o também turista não sabia que língua falávamos ou qual dialeto local, mas nessa INTERSECÇÃO, tudo foi compreendido.


A viagem na maionese
se dá quando penso nas guerrilhas, curdos, afeganistão, tribos, ocas, coréias.. Se existisse mesmo uma língua única DESDE o INÍCIO com total compreensão, acho sinceramente que tudo seria diferente.

(Não sugiro uma moeda padrão e nem um idioma padrão HOJE, que aliás, já foi proposto). É apenas uma indagação.
Será que se todos partíssemos do ponto comum: comunicação, seríamos povos mais equitativos e respeitadores? Inibiríamos a violência?

Fico imaginando essa intersecção entre povos, culturas, olhares e destinos.

Um exemplo bacana, contemporâneo e romântico sobre e
sse tema são os dois filmes de Cédric Klapisch entitulados respectivamente de "Albergue Espanhol" e sua continuação "Bonecas Russas".
Tarefa para casa: Pense na intersecção. Próxima a você. Entre você e seus conhecidos, vizinhos... Entre seu chefe ou sua própria família.


Poderia ser tudo mais fácil.
Mas claro, por que seria?

Ok, para facilitar (um pouquinho)
:
A \cap B = \{ x | x \in A \land x \in B \}\,
ou
ps - Grato por, na maioria das vezes, eu sempre ter conseguido me comunicar com todos. Familia, trabalho e amigos.

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