terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Blogagem coletiva - Quem foi seu Monteiro Lobato?

Recapitulando:
"O desafio trata-se de um convite oferecido ao blog Fio de Ariadne Jorge Zahar Editor, para uma blogagem coletiva no dia 18 de abril, dia em que se comemora o Dia Nacional do Livro. (C
riado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002 em homenagem a Monteiro Lobato, figura marcante da literatura brasileira, atuante como escritor, crítico e editor).
Com essa proposta, ao mesmo tempo, será possível lembrar a data, falar de Lobato e discutir um tema importante: Como são feitos os leitores? Como eles nascem e como são moldados? Com esta coletiva Ariadne busca a resposta para a seguinte pergunta: Quem foi seu Monteiro Lobato? Houve alguém na sua vida que tenha sido incentivador de seu amor pela leitura? Qual foi o pontapé inicial da sua jornada por este mundo apaixonante que é a literatura?"

Seguindo a corrente, extraida do blog da Gisa, vamos lá.


Meu monetiro Lobato foi ...
Monteiro Lobato!
Putz, que grande mentira. Minha mãe comprou diversos livros dele (aquela coleçãozinha amarela) e eu nao li nenhum.
Lia diversos livros e parava pela metade então livros INTEIROS, o que li vários em sequência.. deixa eu ver.

Meu primeiro Livro? Chama-se "O Tapa". Era sobre uma briga de irmãos. Livrinho fino, inafantil, umas 20 páginas para escola. Comprei na Livraria Romano ao lado do colégio. Li no carro mesmo. Foi divertido porque ninguém acreditou. "Duvido que você já o leu".
Isso de certa forma agradava meus pais. Meu pai em especial, jornalista, lia quase um livro por semana, e isso de certa forma, o orgulhou.
Na escola, sexta série, tínhamos o clube do livro. Era a disputa para ver quem conseguia ler "O Mistério do Cinco Estrelas", "As minas do rei Salomao", entre outros.
Enfim, meus primeiros livros não tiveram um autor em comum. Quis ler muitos Sir Arthur Arthur Doyle, mas nunca os acabava...

então vamos para os que eu li diversas obras e inteiros.
Meu monteiro lobato é!...
The winner is:
Paulo Coelho.
Engraçado. Li na época uns 8 seguidos. Gostei do tom "sobrenatural". "por quê tantos compram seus livros?". Ele já emplacava três ou quatro na lista dos top10. "Porquê?". Eu tinha uma coisa em mente. Descobrir se ele era charlatão ou não. - Resposta que até hoje não conheço. Mas seus livros me trazia algo mais.
No fundo eu não ligava se era mau escrito ou revisado como dizia a crítica.. eu queria mais. Eu queria saber aonde entraria uma falha de continuidade. Uma brecha onde eu pudesse dizer "Ahammm eu sabia! eh verdade/eh mentira!!". Queria entrar na magia, descobrir o sobrenatural da vida e do universo. O segredo para ser feliz.
E foi nessa época que comecei a comprar livros. Digo mais. Nessa época descobri amar livros.
No dia que comprei "O Monte Cinco', diante de suas quase 600 paginas descobri algo que até hoje me fascina: "600 PAGINAS!" Que orgulho. Vou adorar devorar cada uma delas.
QUANTO MAIS EXTENSO, MELHOR! Mais vai demorar eu chegar no final. Mais vou me deliciar.
E assim que li todos seus livros, esgotei sua bibliografia, me vi perdido. Orfão.
O que fiz? Criei coragem de encarar meus medos.
Sim, o mestre do terror. Aquele que fale de ETs! (meu grande medo!)

Stephen King.
Acho que King me trouxe à realidade da literatura.
Logo após A Maldição do Cigano e Carrie (!) - meus primeiros, comecei a partir a livros... gigantes, mostruosos, e claro, sobre ETs.
Foi quando comprei "O Apanhador de Sonhos". Umas 800 páginas. Lembro que gastei uma grana alta pra época. Enquanto muitos gastavam em bobagens (ao meu ver), eu gastava em livros. (E quando acabou, tive que conhecer Sebos!).
E o medo do livro ter 800 páginas falando de ET? risos
Quebrei essa barreira.
Mas King - O Rei - Me deu a máxima lição: Inventar; Criar.
O seu poderio criativo era intenso. E isso me deixava muito intrigado. Como uma pessoa podia me deixar tão sem-graça com cara de "hãm", pois cada livro que eu lia, eu tinha que reconhecer. "Que idéia massa!".
E assim foi, dezenas de livros seguidos.

Depois minha meta era "zerar" autores. Saga de Zé Lins do Rego, pulei para o primo-irmão de King, Robin Cook, mas quanto mais eu lia mais eu descobria que o leque de titulos e autores aumentava... Eu já estava seguindo diversos autores e comecou a ficar difícil ler tudo de todos. Nessa fase descobri meu minha grande obra. "A Caverna / Saramago". Esse cara me deixou atônito. Era um Vidas Secas contemporâneo. Era uma contrução literária, gramatcial impecável. Eu o invejei ali. (E depois então, vich!).
Depois veio a fase Harry Potter e Senhor dos Anéis. Até que encontrei um autor nacional que me chamou atenção. Andre Vianco? Não.
Ivan Sant´Anna. Seus livros sobre desastres aéreos me deixou com fome de leitura. A temática que aboradava aprendizado e uma longa abordagem sobre provas, relatos e uma rica gama de investigação me fez maravilhar com investigações. Plano de Ataque, Caixa Preta, Rapinna, Mercadores da Noite foi só o começo.
Dai veio Caco Barcellos com o jornalismo de humilhar qualquer livro reportagem da história já escrito.
Hoje perambulo com contos e crônicas. Muita leitura estrangeira, mas claro, enfatizando o critério: Quanto mas criativo, melhor.

E acho que é isso que me motiva escrever hoje.
Tentar escrever algo que nas primeiras linhas, a pessoa leia e envergando a sombrancelha faça a cara de "hãm".
"Um cara vivendo com uma escada nas costas? que ideia absurda!"; "Esse cara viu Elvis?"; "Um rato?"... Esse é meu preço.
Esse é meu pagamento.
Um sorriso no mínimo.
Mas o preço é criar algo até a pessoa pensar "que idéia estranha, daonde ele tirou isso".
E daí vem, mesmo sem eu ver ou saber... Entender que essa pessoa imaginou a cena. Mesmo esdrúxula, incomum, estranha, impossível ou praticamente inimaginável.
Ela visualizou a cena.

E eu alcancei meu objetivo.
(Exterminar o exército azul e mais 4 continentes a sua escolha).

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