Para seu entendimento, tantos anos e tantas derrotas já não significavam mais coisas tão ruins.
Ele se adaptou e apenas enxergava o que lhe convinha.
Depois de uma tarde de meias palavras, gestos e mímicas, eles rumaram ao norte.
Foi quando, mais uma vez, o sol morreu e Deus quis provar quem manda.
O chão tremeu, a luz apagou e o vento soprou.
Raios rasgaram o céu.
Os ventos arrancavam troncos inteiros.
Pingos que doíam mais que acoites.
O rapaz teimava em apenas atribuir a palavra "âncora" ao velhinho.
"Pois é. Quem mandou eu duvidar de Deus?
Tudo que eu queria era alguém para me salvar!"
O castigo tem vários pontos de vista.
As aparências. Sim. Elas enganam.
(Se várias crianças estivessem aqui, a maioria escolheria o velhinho para brincar.
Ele não era forte. Ele não era esbelto.
Mas ele era sincero. Transparente.
Não tinha créditos por causa de sua aparência).
Quando pela terceira vez o senhor dobrou o joelho e se curvou à lama, envergonhado o rapaz colocou uma mão em seu ombro e, comprimindo força, usou o senhor como cajado ou quase..., uma âncora.
Imóvel, o senhor segurou a perna do rapaz.
Não se ouvia nada. Os urros eram altos demais.
Não se via nada. Toda invejável visão que possuía lhe era inútil.
E quando tudo não fez mais sentido e nenhum sentido mais funcionou, ele se surpreendeu.
Como numa provação, uma promessa, o velhinho foi se arrastando de joelhos numa determinada direção.
Ele liderou e foi puxando o rapaz.
Foi guiando.
Pelo coração.
E mesmo nas trevas o rapaz caminhou.
Ele encontrou um caminho.
Um coração iluminado o guiou.
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