Bom, semana passada fui para capital São Paulo e, num certo momento, quando tentei me comunicar (não me perguntem como e porque) com um tailandês, chinês.. (não sei bem ao certo), ele tentou "conversar" com palavras soltas, sem nexo aparente, tempos verbais errados.. não tinha sentindo algum o que eu perguntava e o que ele respondia.
Tentei conversar conversar em inglês com ele(!), e nada. Até que chegou um amigo desse rapaz que o ajudou com palavras portunholas que acabamos entrando em acordo e entendimento.
Fiquei pensando e contei para minha esposa.. como é engraçado né? Como pode alguem ter uma vida inteira de cohecimento, histórias, estudo e cultura para, talvez num momento único de tentar compartilhar tudo isso, não conseguir se expressar ou se comunicar.
É como alguém te mostrar um cofre. Guardado há 80 anos e você não conseguir abrir simplesmente por não possuir a chave.
Quando tinha seis para sete anos, lembro que estava na divisa do Uruguai com a Argentina e eu queria ir ao banheiro. Não sabia como achar e, pior, não tinha nem ideia - na época - em que língua aquelas pessoas falavam.
Pedi para meu pai perguntar, mas ele nao sabia ao certo qual era o dialeto local. Então, chegou até um esteriótipo típico e perguntou em alemão.
(meu pai, meu heroi)
Quando estávamos caminhando de volta, pedi para ele agradecer a informação. Prestei atencao e aquilo me marcou.
Provavelmente o também turista não sabia que língua falávamos ou qual dialeto local, mas nessa INTERSECÇÃO, tudo foi compreendido.
A viagem na maionese se dá quando penso nas guerrilhas, curdos, afeganistão, tribos, ocas, coréias.. Se existisse mesmo uma língua única DESDE o INÍCIO com total compreensão, acho sinceramente que tudo seria diferente.
(Não sugiro uma moeda padrão e nem um idioma padrão HOJE, que aliás, já foi proposto). É apenas uma indagação.
Será que se todos partíssemos do ponto comum: comunicação, seríamos povos mais equitativos e respeitadores? Inibiríamos a violência?
Fico imaginando essa intersecção entre povos, culturas, olhares e destinos.
Um exemplo bacana, contemporâneo e romântico sobre esse tema são os dois filmes de Cédric Klapisch entitulados respectivamente de "Albergue Espanhol" e sua continuação "Bonecas Russas".
Tarefa para casa: Pense na intersecção. Próxima a você. Entre você e seus conhecidos, vizinhos... Entre seu chefe ou sua própria família.
Poderia ser tudo mais fácil. Mas claro, por que seria?
Ok, para facilitar (um pouquinho):
Nenhum comentário:
Postar um comentário